Leio o teu email com atenção e sei, no momento em que termino de o ler, que resposta te vou dar. Apago-o para evitar tentações. Minutos depois, enquanto cozinho o salmão e sonho com a pasta que o poderia facilmente substituir, penso no quão mais saudável é a minha vida sem ambos. Sem ti e sem a pasta. Saudável é comer salmão com feijão verde e brócolos. Saudável é não te ter.
"Na neve mais pura escrevo as saudades do meu mar, tenho saudades da areia, branca de neve ao luar". Camané
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
domingo, 15 de fevereiro de 2015
Hoje está bom
Saio de casa para uma caminhada, não chove e o Iphone diz que estão 7 graus. Estou perante as condições ideais. Inicio a caminhada com a minha playlist das melhores rock ballads EVER, é preciso que se note. Constato desde logo, ao cruzar-me com homens e mulheres Michelin, que tenho o termostato avariado. Prossigo, de casaco escancarado, grata pela suave brisa vinda do mar que vejo no horizonte. A verdade é que não sinto frio. Será que a menopausa chegou, precoce, com os 40? Adiante. É o Mar da Irlanda. Dá bom peixe e marisco mas também o vento mais forte e mais frio que o meu corpo alguma vez teve de tolerar. Mas hoje está bom e é isso que importa. E o Michael Bolton grita o Steel Bars nos meus tímpanos. Hoje está bom.
sábado, 14 de fevereiro de 2015
Naturalmente
Faço o caminho do trabalho até ao carro em pleno estado de autocomiseração. É bonito o trajecto, em vez de prédios sou flanqueada por townhouses centenárias, fielmente restauradas. Desde as cinco da tarde que é noite cerrada e as luzes acesas permitem-me vislumbrar fragmentos de outras rotinas. Fascinam-me. Distraem-me. Estou triste e não contrario o estado. Deixo que a tristeza me percorra, de dentro para fora, até que se canse de mim e saia, tão naturalmente quanto entrou.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
Calor no frio
Enquanto a alma suspira por Portugal, o corpo, à traição, aclimatiza-se. Oito graus de máxima e dás por ti a comentar o quão amenas estão já as temperaturas. "Já se sente o aproximar da Primavera", dizes. Os colegas franzem a testa como que a dizer "está doida.". Se calhar estou doida.
Na areia molhada
A maré está vazia e eu caminho no chão do mar, onde a areia está mais compacta e não permite que os pés se afundem, exactamente como eu gosto. As ondas são pequeninas e mornas e salpicam levemente os meus tornozelos. Olho o pôr-do-sol de frente, sempre. Aqui e agora sou feliz. Terminada a caminhada, na areia molhada, já me perco novamente. Mas enquanto aqui estou sei o que sou. Feliz.
Começar pelo começo
Pelas saudades e pela melancolia. Há um ano que, estando perdida, deixei a minha casa, num lugar ao sul de um Portugal estéril. Vim em busca de mim. Mas ainda não me encontrei. Fiz 40 anos por estes dias e, em vez de certezas, a idade traz-me deriva. Não era este o meu plano de vida mas a vida não quer saber. Deal with it.
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